Publicado em 14/09/2024
No sábado, dia 14/09/2024, pela manhã, no Centro de Formação Kayanás na Terra Indígena Cachoeirinha, em Miranda/MS, a atividade de coleta de sementes de plantas nativas do Cerrado, promovida periodicamente pela @organizacaocaianas.
Participaram 25 pessoas entre crianças, jovens, adultos e anciãos, homens e mulheres, com destaque para a participação da juventude Terena engajada na iniciativa dos Guardiões e Guardiãs do Clima (viabilizada a partir de parceria entre o Ministério dos Povos Indígenas, Universidade Federal Fluminense e Instituto Alok) e de quatro acadêmicas do curso de Gestão Ambiental da Universidade Federal da Grande Dourados.
Guiado pelo ex-coordenador da @organizacaocaianas, @arildocebalio, e pelo assessor técnico, @neiriel_terena, o grupo se deslocou por cerca de uma hora e meia pela área de Cerrado aberto relativamente conservado à volta do Centro de Formação, identificando as espécies e seus respectivos valores artesanais, medicinais, de subsistência e comerciais, e coletando sementes daquelas propícias para isso. Durante a caminhada, destacou-se que a área estava bastante degradada antes de ser retomada em 2005 e que a vegetação se recuperou nos últimos 20 anos.
Em seguida, o grupo retornou ao Centro de Formação, onde separou e ensacou sementes de 12 (doze) espécies, conhecidas pelos nomes populares de jatobá, louro, timbó, São João, vinhático, capitão ximbuva, angico vermelho, barreiro, carvão vermelho, pau terra e bocaiúva (palmeira).
Ao final, o assessor técnico, @neiriel_terena, e o atual coordenador da @organizacaocaianas, @derval_kayanas, falaram para o grupo sobre a importância da atividade para conservar a flora da TI Cachoeirinha e o contexto da restauração ecológica nas Tis do país.
A atividade foi executada com apoio do @institutoalok no âmbito do Prêmio Equatorial-PNUD 2024 @equatorinitiative, em articulação com o processo de formação dos jovens Guardiões e Guardiãs do Clima do povo Terena.
Trata-se de atividade periódica da @organizacaocaianas que, em sua origem, era feita de forma espontânea e voluntária, mas que passou a ser desenvolvida de forma mais sistemática desde o encerramento do Projeto GATI, quando as famílias decidiram que ela seria uma das atividades principais a nortear outros trabalhos e, a partir da qual, seria possível avançar com outras agendas no território. Ainda há fragmentos de Cerrado relativamente bem conservados na TI Cachoeirinha, mas são poucos, o que torna essa atividade muito importante na garantia da manutenção do bioma dentro da TI. Além disso, parte expressiva da TI está em áreas de retomada, que precisam ser restauradas e as sementes de espécies nativas do Cerrado são fundamentais para isso.
Fotos: Juan Silva