Nossa
História

    Nossa história começa no ano de 2012 com a chegada do Projeto GATI (Gestão Ambiental e Territorial Indígena) na Terra Indígena Cachoeirinha. O GATI foi o projeto piloto da PNGATI (Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas) e abrangeu terras indígenas em todos os biomas no país, sendo fruto do protagonismo e das mobilizações do movimento indígena.

     O nosso coletivo, que passou a se chamar “Família GATI”, foi se formando em torno das ações do projeto com o sonho de fortalecer os territórios através da recuperação ambiental e das formas tradicionais de plantio, do fortalecimento da cultura e das trocas de saberes.

    Nos anos seguintes, realizamos diversas ações, tais como oficinas, cursos, implantação de safs, recuperação de nascentes, resgate de etnovariedades e inserção da agroecologia Terena em escolas do território.

    Uma dessas ações foi a iniciativa inédita no estado da elaboração e execução conjunta com o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) do curso de Agricultor Agroflorestal, inteiramente ministrado no território indígena por professores indígenas e não indígenas e com saberes tradicionais e acadêmicos. Um dos frutos dessa ação foi a elaboração de uma cartilha que foi distribuída para as escolas Terena do estado.

   Em 2015, após uma caminhada de muitos aprendizados, árvores plantadas e fortalecimento do grupo, decidimos formalizar o nosso coletivo passando a nos chamar CAIANAS (Coletivo Ambientalista Indígena de Ação para Natureza, Agroecologia e Sustentabilidade). Além de representar os nossos objetivos, nosso nome também faz referência aos Kayanás que, traduzindo do Terena, faz referência aos sábios e pensadores do nosso povo.

  No ano de 2016, organizamos o AGROECOINDÍGENA, que foi o primeiro evento de agroecologia protagonizado e voltado aos povos indígenas no estado de Mato Grosso do Sul. Realizado no Parque de Exposição da cidade de Miranda, o evento foi realizado com o apoio de parceiros e contou com a participação de mais de 1.000 pessoas, entre não indígenas e indígenas de várias etnias e aldeias. Foi um momento em que trouxemos para o centro do debate a importância dos povos indígenas para a biodiversidade e conservação dos biomas no Brasil.

   A nossa organização foi se fortalecendo com apoio de parceiros institucionais, acadêmicos e da sociedade civil. Tecemos uma rede de aprendizados e apoios a outros territórios indígenas e comunidades agroecológicas.

   Fomos conquistando espaços em instâncias que debatem a questão ambiental e compomos: Comitê de Bacias Hidrográficas do rio Miranda, Câmara Setorial Consultiva de  Plantas Nativas de Mato Grosso do Sul e a extinta Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica.

   Temos sido convidados para participar de diversos eventos regionais e nacionais como, por exemplo, encontros da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), do ENA (Encontro Nacional de Agroecologia), entre outros.

     Impulsionados por essas e outras experiências, nosso sonho de construir um espaço de formação foi se fortalecendo e está se materializando no Centro de Formação Kayanás, localizado numa área que vem sendo recuperada e fortalecida, trazendo benefícios para o povo indígena, para a biodiversidade e a continuação da nossa história.

Contato

caianasinstagram@gmail.com

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Terra Indígena Cachoeirinha

Miranda, Mato Grosso do Sul, Brasil